Nesta semana, a Datalink, fabricante dos melhores cabos de sonorização do Brasil, dedica-se à história do rock e de seus artistas.
Embu das Artes, quarta-feira, 12 de julho de 2023 – O Dia Mundial do Rock é celebrado em 13 de julho como forma de relembrar o dia do Live Aid, evento mundial que aconteceu em 13 de julho de 1985 com o objetivo de arrecadar fundos para acabar com a fome na Etiópia. O festival foi organizado por Bob Geldof e Midge Ure. Vários artistas participaram das apresentações: Queen, U2, Paul McCartney, Dire Straits, Sting entre outros.
O nascimento do rock and roll aconteceu nos Estados Unidos, no início dos anos 1950. Ele surge como consequência da mistura de outros gêneros musicais – jazz, folk, country e rhythm and blues (R&B). E também como forma de expressão cultural e artística dos afrodescendentes daquele país. Em razão muito da sua origem, o instrumento principal usado era o saxofone, hoje, os instrumentos musicais mais utilizados são a guitarra elétrica, o baixo, a bateria e o teclado.
Dessa fase inicial do rock, destacam-se nomes como os de Little Richard e Chuck Berry e também de Bill Haley com a canção “Rock Around the Clock”, considerada a primeira gravação de rock.
Quem é ele? Quem é ele?
Esse tal de roque enrow
Uma mosca, um mistério
Uma moda que passou
Ele, quem é ele?
Isso ninguém nunca falou
[Rita Lee, “Esse tal de roque enrow”]
Uma história que está na vida pessoal, profissional e acadêmica do nosso artista Fernando Tavares, contrabaixista da banda Apostrophe, de rock progressivo. “Tive contato com o rock ainda criança por causa dos meus pais, tios e primos mais velhos. Também, desde criança, sempre gostei muito de ler. Por isso, além de ouvir, lia sobre as bandas”, diz.
Aos 15 anos de idade, lembra Tavares, começou a tocar contrabaixo por causa de John Richard Deacon, baixista e um dos compositores da banda inglesa Queen. Aos 18 anos, ele decidiu ser músico em bandas, tocando vários estilos, do som mais pesado, como o heavy metal, ao atual, o rock progressivo.
A música, todavia, sempre esteve associada ao estudo e à pesquisa na vida de Fernando Tavares. O que o fez pesquisar sobre música colonial na Universidade de São Paulo (USP). Hoje, além de ser doutorando na mesma instituição de ensino, ele coordena grupo de pesquisa sobre rock and roll no Laboratório de Musicologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (Lamus-EAHC-USP Leste). “Fazemos análise da história, da música, do discurso e das letras do rock”, explica ele.
Breve linha do tempo do Rock and Roll pelo nosso artista e professor Fernando Tavares:
Década de 1950
Nascimento do rock pela mistura de três gêneros musicais: Blues, Country e Jazz. Os primeiros grandes artistas do rock são os negros, como Little Richard e Chuck Berry. Temos, ainda, o Bill Haley e o grupo Comets, que lançam a canção “Rock Around the Clock”, considerada primeira gravação desse estilo. Ainda nesse período, vamos ter o Elvis Presley e o Buddy Holly. Considerado o primeiro grande momento do rock e definido como o Classic Rock.
No Brasil, a entrada do rock and roll se dá no final da década de 1950 com a Celi Campello. Nunca tivemos muito delay ou defasagem em relação ao mercado internacional da música.
Década de 1960
No início dessa década, entre 1963 e 1964, vamos ter o que se define como a “Invasão Inglesa” no rock, que não é feita apenas com os Beatles, mas também com The Animals, Rolling Stones e The Kinks.
A “Invasão Britânica” foi um fenômeno cultural quando artistas de rock e pop do Reino Unido se tornaram populares nos Estados Unidos e significantes para a crescente “contracultura” de ambos os lados do Atlântico.
Nesse momento, o rock and roll passa a ser a grande música. Em 1967, temos o lançamento do emblemático disco dos Beatles, Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band.
Também será a fase dos grandes festivais que reúnem milhares de jovens, destacadamente o famoso festival de Woodstock [1969] e o da Ilha de Wight [originalmente entre 1968 e 1970].
Será mais para o fim dos anos 1960, que começamos a ver outros artistas incorporando o rock em sua música, como o jazzista Miles Davis e o multi-instrumentista Frank Zappa, mais da linha da música erudita. Dessa combinação vai nascer outro estilo de rock, o fusion.
No Brasil, nos anos 1960, temos o movimento da Jovem Guarda e, no final da mesma década, temos o surgimento dos Mutantes, que é o grande marco do rock nacional, bem interessante e totalmente sintonizado com o movimento mundial. Até hoje o grupo Mutantes é respeitado lá fora, como uma das grandes bandas de rock progressivo. Dessa época, destaco, ainda, as bandas Terço e Terreno Baldio.
Quem é ele? Quem é ele?
Esse tal de roque enrow
Um planeta, um deserto
Uma bomba que estourou
Ele, quem é ele?
Isso ninguém nunca falou
[Rita Lee, “Esse tal de roque enrow”]
Década de 1970
A virada dos anos 1960 para a década de 1970 marca o retorno do rock mais direto e primitivo. Vamos ter como destaque bandas de rock blues: Cream [supergrupo de rock britânico formado por Eric Clapton, Jack Bruce e Ginger Baker], Jimi Hendrix Experience, Led Zeppelin. Mas também de uma linha mais pesada, de Deep Purple, o Black Sabbath, KISS e Aerosmith; e de um rock progressivo, estilo mais elaborado, sonoridade do jazz e da música clássica, Yes, Genesis, Emerson, Lake & Palm. Pink Floyd, mais psicodélico.
A partir de 1974, vamos ter a explosão do punk que vem de Nova York, a partir da influência do The Velvet Underground; e, na Inglaterra, o surgimento do Sex Pistolls.
O punk rock será um grande advento da música popular no final dos anos 1970. Ele vai tirar a complexidade do rock progressivo, com o conceito do “faça você mesmo”. Expoentes desse estilo temos, ainda, as bandas The Ramones e Iggy Pop & The Stooges.
No Brasil, também vamos ter as bandas mais pesadas, como a Casa das Máquinas.
Década de 1980
Nessa década, vamos ter o movimento que ficou conhecido como new wave ao lado do punk. O termo inclui diversos estilos musicais orientados ao pop. Esse som começa com a banda britânica Joy Division. Grande nome desse estilo será Billy Idol, considerado um dos artistas principais.
Mas nos anos 1980, também vamos ter várias vertentes de rock, como o hard rock muito forte com Bon Jovi e Guns N´Roses. Vamos ter o rock gótico e o Alternative Rock inglês, com o The Smiths e o The Cure. E tem ainda o R.E.M., banda americana que faz o circuito universitário.
A década de 1980 também será a grande fase do heavy metal, representado por bandas como Iron Maiden, Metallica, Megadeth, Judas Priest e muitas outras. No Brasil, temos o Sepultura como o maior expoente dessa vertente.
Importante, nesse período, falar sobre o “Rock Br” [rock brasileiro] que tem como expressão significativa as bandas Titãs, Capital Inicial, Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, entre outras.
Também nessa década, em 1981, surge a emissora de televisão MTV [Music Television], nos Estados Unidos. Canal que revolucionou a indústria musical mundial.
Década de 1990
Década que terá mais um grande boom do rock and roll na mídia. O rock como mainstream [palavra inglesa que expressa uma tendência ou moda principal e dominante]. Fase que se deve muito à explosão da MTV como canal para jovens e adolescentes e com a veiculação dos videoclipes.
Vai ser o momento principal do grunge, subgênero do rock alternativo que surgiu no final da década de 1980 no estado americano de Washington, principalmente em Seattle, inspirado pelo hardcore punk, heavy metal e indie rock.
O termo grunge [palavra em inglês que tem um significado próximo a sujo] indica características musicais com o menor cuidado na polidez do som e a criação de letras relacionadas à depressão e angústia. Algumas importantes bandas do grunge: Pearl Jam, Nirvana, Alice In Chains, destacadamente.
A última década do século XX, ainda garantirá palco para outros estilos de rock, como Red Hot Chili Peppers, Dream Theater, Green Day e Foo Fighters.
No Brasil, na virada dos anos 2000, teremos uma nova geração no Rock N’Roll com o surgimento de bandas como Charlie Brown Jr., Raimundos, Pitty, CPM 22 e outras bandas importantes.
Dos anos 2000 aos tempos atuais
No início do século atual, o rock começou a perder grande parte de seu espaço para o pop. Contudo, uma nova vertente do estilo, a qual relaciona o rock com a diversidade da música, surgiu. Assim, se tornou um elemento crucial para os roqueiros do século XXI a aceitação da heterogeneidade e a exaltação de toda a história do rock.
O bom e velho rock n’ roll é muito mais que um gênero musical, ele representa um traço da história, de uma cultura e de um estilo de vida.