Empresa nacional referência, Radionaval usa nossos cabos em sonares multi-beans japoneses.

Texto e edição por: Rosângela Ribeiro Gil

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Arte e fotos por: Cristina Camacho
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Fundada, em 1988, pelo seu atual proprietário Lindolfo Rosa Neto, a empresa Radionaval Eletrônica atua no ramo da pesca profissional e petróleo (offshore). Iniciou no mercado oferecendo sonares de pequeno porte para barcos na região do Vale do Itajaí, em Santa Catarina. Hoje, aos 34 anos de existência, a empresa está consolidada no mercado de pesca industrial e petrolífera com importação, vendas e assistência técnica treinada em fabricas japonesas. Com orgulho, Rosa Neto afirma que a Radionaval possui forte e consolidado know-how no setor marítimo nacional. “A cada dia aprendo mais e ensino coisas novas para nossos colaboradores. Minha paixão por eletrônica e tecnologia nunca acaba”, afirma.

A Datalink e a Radionaval Eletrônica construíram uma relação de respeito e confiança ao longo desses anos, por isso, o empresário faz questão de dizer: “A Datalink é a top five no que se refere a cabos para comunicação, radiofrequência (RF) e outros itens do gênero no Brasil.”

Ele acrescenta que a qualidade também já foi comprovada por seus parceiros japoneses, como a Icon Communicationno Brasil. “O manager da companhia, para as três Américas, se surpreendeu com a qualidade dos produtos da Datalink. Tanto que, no início do próximo ano, vamos enviar um cabo de radar marítimo da Icon para a equipe da Datalink fazer uma avaliação”, diz Lindolfo Rosa Neto.

O empresário de 59 anos de idade, autodidata, apaixonado por ciência e tecnologia, como gosta de se definir, concedeu uma entrevista especial à Datalink News sobre as atividades da Radionaval Eletrônica e como cabos de qualidade fazem toda a diferença na hora de entregar um bom serviço.

O senhor pode nos falar sobre a atividade da Radionaval e como está sendo a experiência com os cabos da Datalink?
A Radionaval faz retrofit em transducers para sonares multi-beans para diversas marcas japonesas de sonares, como a Furuno, JRC, Kaijo Sonic, Suzukiff Fish Finder. E, também, produzimos os mesmos transducers novos para atender a pesca industrial no Brasil

Retrofit

“Termo utilizado, principalmente em engenharia, para designar o processo de modernização de algum equipamento.”

Atingimos um ponto de excelência nos transducers que produzimos aqui no Brasil, que surpreendeu até os fabricantes japoneses no que se refere ao nível de detecção e o alcance dos sonares. Todo o nosso sucesso se deu a grandes parceiros que encontramos no Brasil, o mais importante deles é a Datalink, que nos surpreendeu com a produção do cabo para o transducer, que ficou tão perfeito quanto ao cabo original produzido pela famosa Hitachi japonesa. O referido cabo tem 360 vias divididos em 12 feixes de 30 vias cada, blindados com malha e isolados com material de qualidade e, encerrados em uma capa de borracha de excelente qualidade.

O mais importante, destaco, são os condutores elétricos que são produzidos com uma liga especial, que, além da baixa perda, é extra flexível e suporta altas temperaturas de uma praça de máquinas de um navio em operação sem derreter o material isolante.

Parabéns Datalink, sua equipe conseguiu produzir o cabo para os sonares multi-beans japoneses tão bons quanto o original. Vocês superaram as expectativas. Um ponto de extrema relevância para a Radionaval, foi a segurança que o cabo da Datalink nos proporcionou, nos dando a certeza de que o navio não vai voltar para o porto por causa de problemas no cabo do transducer do sonar.

Transducer

“Transdutor, em português, é um dispositivo que utiliza uma natureza de energia, que pode ser elétrica, mecânica, ótica, térmica, entre outros. Gerando assim um ou mais tipos de energia.”

Recentemente, a Radionaval recebeu a visita da Icon Communication do Japão e mostrou o cabo produzido pela Datalink. Qual foi a recepção por parte da empresa japonesa?
Somos representante da Icon Communicationno Brasil. Recentemente, recebemos o manager da companhia das três Américas. Ele se surpreendeu com a qualidade dos produtos da Datalink. Tanto que, no início do próximo ano, vamos enviar um cabo de radar marítimo da Icon para a equipe da Datalink fazer uma avaliação.

Cabo sonar da Datalink utilizado nos navios de pesca.

Como o senhor definiria os produtos fabricados pela Datalink? O senhor recomendaria a empresa para outras empresas?
Devido ao comprometimento com a qualidade, o desejo de atender bem o cliente, entendendo a necessidade do cliente com responsabilidade e respeito. Essa é uma atitude que não tem preço. Digo, com muita satisfação, que a Datalink é a top five no que se refere a cabos para comunicação, radiofrequência (RF) e outros itens do gênero no Brasil.

Como foi a sua experiência com outros fornecedores de cabos?
Nada agradável, posso lhe afirmar. Uma vez, recebemos um cabo com aspecto muito bonito, mas nada funcional, em pouco tempo os condutores internos entravam em curto, porque usaram um isolante qualquer, sem respeitar a temperatura que havíamos especificado. Outras vezes os condutores internos se rompiam, simplesmente se esfarelavam. Quando cobramos o referido fornecedor, tiraram o corpo fora. Isso é um desrespeito e descomprometimento com o cliente.

Nenhum desses problemas tivemos com a Datalink.

Lindolfo Rosa Neto por ele mesmo

Desde criança sempre fui ligado à tecnologia. Sou filho de agricultores, mas minha mente e o meu coração sempre estiveram voltados para lâmpadas, dínamos, rádios, eletrônica analógica e digital, motores elétricos, motores a explosão, turbinas de jato. Ou seja, gosto muito de ciência e tecnologia. 

Sempre tive a sede do saber. Acho que eu era uma alma antiga visitando o futuro.  Tudo que envolvia eletricidade me fascinava. Aos 13 anos de idade, já montava rádios de escuta nas frequências AM e FM. Mas o brilho de uma lâmpada incandescente me fascinava. Quando completei 16 anos estava formado no segundo grau [atual Ensino Médio], queria fazer faculdade de engenharia eletrônica, mas não tinha recursos para morar e pagar uma faculdade fora da minha cidade. Mas Deus escreve certo por linhas tortas, e, aos 18 anos, em 1981, entrei para uma empresa de indústria naval, em Itajaí (SC), e comecei a fazer curso técnico de eletrônica por correspondência nas Escolas Internacionais que tinha uma filial em São Paulo e em português.

Apesar de não ter diploma oficial de técnico nem de engenharia, minha ascensão dentro do estaleiro foi muito rápida pelo nível de conhecimento adquirido como autodidata. Nas horas vagas fazia uma imersão total nos livros. Em menos de um ano, assumi o cargo de inspetor de controle de qualidade na área de elétrica e eletrônica, nesse estaleiro.

Minha função me permitiu ter contato com muitos fabricantes japoneses da linha de produtos para eletrônica naval, como radares, sonares, sondas, piloto automático etc.

Esses contatos também me facilitaram acesso ao service manual de todos os produtos, especialmente os das marcas Furuno e JRC. Estudava minunciosamente cada um dos circuitos eletrônicos que compunham o equipamento até 

entender de fato cada bloco e só me dava por satisfeito quando sentia que já poderia explicar aquele circuito para alguém com propriedade. Fazia a tradução usando os dicionários.

Convite de empresa japonesa

Em meados do ano de 1986, ainda funcionário do estaleiro de Itajaí, fui convidado para trabalhar com uma equipe de japoneses na empresa Hattori Eletrônica, também em Itajaí. Tive proposta de ir com a equipe para Austrália, mas não aceitei por questões pessoais, estava noivo.  

Nesse mesmo ano, criei uma empresa, a Eletrônica Industrial Ltda., para prestar serviços de reparo em equipamentos de eletrônica naval. No início, só reparava radares de navios de longo curso. Mas, também em 1986, fui solicitado para reparar os sonares de varredura para a pesca industrial da marca americana Wester Marine (Wesmar). Obtive muito sucesso, por isso acabei sendo chamado o tempo todo.

Em 1988, fui convidado pelo representante da Furuno do Brasil para assumir a parte comercial e técnica de pesca industrial em toda a costa brasileira. Foi aí que mudei o nome da minha empresa para Radionaval Eletrônica Ltda.

Daí por diante, enfrentei muitos desafios, mas consegui superar quase todos com muita paciência e dedicação. Hoje, a Radionaval está consolidada no mercado de pesca industrial e petrolífera com importação, vendas, assistência técnica treinada nas fabricas japonesas.

Ainda temos alguns desafios, como a produção de radares marítimos, sonares multibeans para a pesca industrial em território brasileiro.

Hoje, a Radionaval possui um forte know-how desta importante área do setor marítimo nacional. A cada dia aprendo mais e ensino coisas novas para nossos colaboradores. Minha paixão por eletrônica e tecnologia nunca acaba.

Como cidadão, no auge dos 59 anos, me sinto realizado e com um sentimento de missão cumprida, porém, ainda sonho em realizar novas proezas. Peço a Deus que me dê saúde, paz, longevidade, sabedoria e humildade para prosseguir minha jornada terrena.